A terapia é um recurso importante na melhoria do paciente com ansiedade. O tipo deve sempre ser indicado pelo profissional de saúde mental, que leva em consideração os aspectos de cada paciente.

Nesse sentido, vale ressaltar que cada terapia trabalha com recursos distintos, havendo também maior efetividade (evidência de melhoria) em determinados tipos.

Psicanálise

Esta abordagem estimula que o paciente se expresse sem censura e faça associações livres entre pensamentos, fantasias, emoções e sonhos. O analista faz o papel de um ouvinte atento e, de tempos em tempos, interrompe o paciente para que ele reflita sobre os significados que podem estar ocultos em suas falas, como uma maneira de desvendar o inconsciente.

Junguiana

Enquanto a psicanálise é mais retrospectiva, a junguiana procura trabalhar de maneira mais prospectiva, vislumbrando o futuro. Nesse tipo de terapia, o paciente buscará superar seus conflitos e, para acessar seu inconsciente, o terapeuta utiliza os sonhos do paciente. Ele também usa o chamado “inconsciente coletivo”, que são imagens, pensamentos e experiências comuns a todos, que interferem na saúde emocional.

Lacaniana

O método utilizado é a tática livre de associação, para fazer com que o paciente reflita sobre seus problemas, entretanto, existem maiores interrupções do terapeuta. O analista pode quebrar a continuidade da sessão no momento que julgar importante, ainda que seja de forma brusca, e pedir para o paciente pensar sobre o que falou.

Cognitivo Construtivista

Neste método, além de analisar o que o paciente pensa e faz, a terapia ainda avalia o papel do sistema nervoso central em problemas que são, aparentemente, apenas psicológicos.

Terapia Reichiniana

Neste método, os terapeutas trabalham com a ideia de que os sentimentos reprimidos, como medo, angústia, raiva ou outros, são refletidos no corpo em forma de problemas físicos.

Analítico Comportamental

Este método se baseia na percepção de que os estímulos do ambiente podem modelar nosso comportamento. Por isso, o terapeuta propõe estratégias comportamentais que podem gerar mudanças na vida do paciente.

Cognitivo comportamental

Neste método, acredita-se que a maneira como as pessoas interpretam suas experiências determina como elas se sentem e se comportam. Utiliza estratégias para corrigir distorções de pensamentos, como ter uma visão muito negativa de si mesmo.

A abordagem é a que, atualmente, apresenta mais evidências científicas para o tratamento da ansiedade.

Gestalt-terapia

Os pacientes são analisados em relação ao meio em que vivem, amigos, família, trabalho e suas atitudes nesse meio. O terapeuta ouve o cliente, mas presta atenção em gestos, posturas, tom de voz e expressões faciais.

Psicodrama

Este método é muito utilizado em grupos de pessoas e é realizado a partir de um tema a ser trabalhado em que os participantes encenam seus problemas. Logo após, o grupo discute e avalia como cada um se sentiu. Acredita-se que externando as emoções, seja mais fácil de enxergá-las.

Terapia em grupo

A dinâmica em grupo pode seguir algumas abordagens, como a do psicodrama ou a da Terapia cognitivo comportamental (TCC), por isso, não há um método único de se trabalhar.

É utilizada para tratar um grupo de pessoas com um problema em comum, por exemplo, a ansiedade social. Apesar de ter um melhor custo benefício, é necessário estar motivado para uma progressão.

EMDR

EMDR, em inglês, significa Eye Movement Desensitization and Reprocessing (Dessensibilização e Reprocessamento através de movimentos oculares em português).

A EMDR tem como objetivo trabalhar memórias e registros traumáticos, como forma de aliviar os sentimentos associados, melhorando a vida e o bem-estar do paciente.

A abordagem apresenta ótimos resultados no tratamento de transtornos pós-traumáticos e, mais recentemente, tem apresentado significativos avanços para pacientes com ansiedade, fobias, dependência químicas e depressão, por exemplo.

Em síntese, o paciente inicia a sessão focando em um evento ou lembrança que lhe aflija.

Junto com a aplicação de estímulos e simulação dos movimento oculares e estímulos bilaterais específicos (dos hemisferios cerebrais), a EMDR auxilia o cérebro a processar essas memórias ou eventos, através do Processamento Adaptativo de Informação. Ou seja, o paciente situa  os acontecimentos e assimila sentimentos mais positivos a eles

A ideia dessa simulação é a de que o cérebro consegue reconstruir os caminhos das memórias ruins e eventos traumáticos que são processados e superados.

Terapias comportamentais

Em geral, as terapias comportamentais trabalham a partir das respostas ou comportamentos do paciente perante estímulos do meio e situações que vivenciam. A abordagem considera que os comportamentos são ações ou respostas aprendidas (ou condicionadas), fazendo com que elas possam ser reorganizadas, reformuladas e adequadas de modo a causar menos sofrimento ao paciente. Entre as técnicas da abordagem há:

Análise funcional do comportamento

O profissional busca a sucessão de ocorrências, em que os estímulos e o comportamento desencadeiam nas consequências.

Dessensibilização sistemática

O paciente é gradualmente exposto aos meios os atos que lhe afligem, seguidos de técnicas de relaxamento e processamento emocional. Assim como uma adaptação progressiva, os sentimentos associados, por exemplo, às aranhas (aracnofobia) vão sendo minimizados.

Terapias contextuais

Chamada também de terceira geração da Terapia Comportamental, as terapias contextuais dão atenção ao contexto em que a pessoa está inserida e à função do comportamento do paciente.

Entre as abordagens, destaca-se:

Terapia de aceitação e compromisso(ACT)

Utiliza recursos que trabalham com a crítica e análise funcional das ações e respostas do paciente. Os conceitos e sentimentos positivos são estimulados, privilegiando a associação dele ao invés dos negativos. Ou seja, ocorre uma substituição de comportamentos e sentimentos ruins pelos bons.

Terapia baseada em mindfulness

A estratégia terapêutica consiste em 3 premissas: aceitação plena do momento atual, atenção absoluta e ação não-julgadora. É basicamente um modo de focar as atenções, de maneira consciente e plena, nas ações e vivências presentes.

O recurso pode fazer fazer de outras terapias contextuais, pois sua base é trabalhar os fatos da vida de forma menos danosa ao emocional do paciente.